Aproveitando o ‘Outubro Rosa’, movimento que luta pela prevenção do câncer de mama nas mulheres, é importante alertar donos de fêmeas de cães e gatos que a doença possui alta incidência nos animais de estimação. Os tumores nas mamas (neoplasias) são o tipo mais comum de câncer detectado em cadelas e gatas. Um tipo de doença que pode ser prevenida com a castração precoce (até um ano de idade) do animal, de acordo com estudos científicos.
Por estarem vivendo mais tempo, comendo rações com conservantes e ainda estarem expostos à poluição do meio ambientes, os animais estão sujeitos a desenvolverem variadas neoplasias. No caso, o câncer de mama se tornou um dos mais comuns em cães e gatos, sendo geralmente diagnosticado a partir dos 7 anos de idade. O surgimento de nódulos (único ou múltiplos) nas mamas são indícios da doença, bem como feridas na mama ou ao redor da pele.
Em 70% dos casos de câncer de mama em cadelas, há ocorrência de tumores malignos. Em gatas, o percentual aumenta: aproximadamente de 80% a 90% dos casos são de tumores malignos, com alta incidência de metástase para linfonodos e pulmões. Quanto mais cedo o diagnóstico for realizado (ou seja, quanto menor for o tamanho do nódulo), maior será a chance de cura para o animal de estimação. Por isso é importante ficar atento a qualquer sinal.
Devido ao fato da doença acometer, preferencialmente, animais que possuem todo o aparelho reprodutivo e animais que foram castrados após numerosos cios, a prevenção dos tumores de mama se dá pela castração dos animais com até um ano de idade – antes do primeiro cio, de preferência. Não fazer uso de anticoncepcionais para animais e não estabelecer dietas balanceadas também são dicas importantes para prevenir o surgimento da doença nos animais.
Mas quando diagnosticado o problema, o tratamento recomendado é a retirada por meio de cirurgia da mama, de um segmento ou de toda a cadeia mamária onde estão localizados os nódulos. A retirada cirúrgica dos linfonodos (gânglios linfáticos) que drenam a mama onde o tumor apareceu também é indicada. Se há comprovação de disseminação linfática regional, é indicado o tratamento quimioterápico como um complemento ao processo cirúrgico realizado.
Animais diagnosticados com câncer de mama em estadiamento clínico inicial (nódulos pequenos e sem disseminação regional para os linfonodos) têm alta chance de cura. Já quando há evidência do câncer nos linfonodos regionais, o prognóstico é mais limitado, mas com possibilidades de tratamento e cura. Se o câncer se espalha a outros órgãos (metástase), o prognóstico é desfavorável e um tratamento paliativo é aplicado para manutenção da qualidade de vida.
Em gatas, inclusive, a retirada cirúrgica do câncer de mama deve ser praticada de modo mais agressivo do que em cadelas. O índice de recidiva (quando o tumor volta a crescer no local onde foi retirado) é bastante alto. Geralmente, é preciso que as gatas realizem o tratamento quimioterápico complementar à cirurgia, já que a possibilidade de disseminação da doença a outro órgão, sobretudo para o pulmão, é relativamente comum na espécie – mais do que em cães.